Camargo Corrêa terá que importar cimento este ano

Demanda por cimentos cresceu 15%. Fabricante, que já opera com a capacidade total, fará aporte de R$ 3,6 bi para dobrar a produção

O desempenho da construção civil no País, um dos melhores em 2010, impulsionou a demanda por cimentos para uma alta de 15% no período. Para suprir o mercado, a Camargo Corrêa Cimentos operou em todo o ano passado com capacidade máxima instalada – de 8 milhões de toneladas de cimento ao ano – e já anunciou aportes de R$ 3,6 bilhões para quase dobrar o limite de produção até 2016. “É preciso ter alguma capacidade ociosa para manter margem de segurança. Em cinco anos vamos poder produzir até 14 milhões de toneladas ao ano”, explicou o diretor Comercial da empresa, André Schaeffer.

Dentro do plano de investimentos da Camargo Corrêa, estão previstas inaugurações de mais seis ou sete fábricas até 2015. Segundo Schaeffer, o Sudeste – com 45% de todo o mercado brasileiro de cimentos – está perdendo participação para o Nordeste. “O Norte tem aumentado a demanda também, porque tem muita hidrelétrica em construção, mas é sazonal. O Nordeste é a região que mais cresce hoje”, afirmou. Por isso, duas fábricas serão construídas nessas regiões.

Cada unidade deve demandar recursos de R$ 250 milhões e terá capacidade de produzir 1 milhão de toneladas ao ano. Enquanto as fábricas não entram em operação, o diretor anunciou que a empresa deve importar 500 mil toneladas de cimento. “O País ainda é muito caro em logística portuária, tem portos que, para descarregar uma tonelada, cobram quase o preço do frete da China para o Brasil”, explicou, lembrando que a operação deve ser bem planejada para não incorrer em prejuízo.

No entanto, encontrar produção sobressalente não será difícil. “Praticamente o mundo inteiro tem cimento sobrando”, disse Shaeffer. Segundo ele, a Espanha consumia em torno de 55 milhões de toneladas ao ano e, por causa da crise, reduziu a quantidade para 25 milhões de toneladas em 2010.

MERCADO. No ano passado, o mercado brasileiro produziu 59 milhões de toneladas de cimento, 15% a mais que em 2009. Para este ano, Schaeffer estima que o crescimento seja de 9%, quando serão consumidos 64 milhões de toneladas. “Ou todas as empresas oferecem 5 milhões de toneladas de cimento a mais, ou vai faltar”, projeta.

Segundo o executivo, o crescimento de 10% ao ano, por exemplo, implica 6 milhões de toneladas a mais. “Uma fábrica de cimento normal produz 500 mil toneladas, e uma grande tem capacidade de 1,5 milhão”, disse, explicando que as empresas de cimento têm que colocar em operação 12 fábricas pequenas ou quatro grandes anualmente para atender ao mercado. “Investimentos passam a ser importantes para manter mercado e acompanhar o crescimento”, resumiu o diretor.

PERSPECTIVAS. A expectativa na Camargo Corrêa Cimentos é de forte crescimento em virtude de grandes obras de infraestrutura, como hidrelétricas, estádios, projetos industriais, obras para a Copa 2014, para a Olimpíada em 2016 e aumento nas construções de moradias. “O consumo de cimentos, na nossa análise, decorre de três fatores: o Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil, o crédito e massa salarial”, citou. No ano passado, a empresa era responsável por 10% do mercado brasileiro. Com os investimentos previstos, a intenção é ultrapassar os 15% até 2016.

Postado em:
29 jan 2011 às 14:54hs
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