Cimento: produto escasso em Caxias do Sul

Falta do insumo também faz com que venda de outros materiais diminua

Um dos principais produtos usados em reformas e construções, o cimento está escasso nos estoques de alguns estabelecimentos de Caxias do Sul, na Serra Gaúcha. O argumento que chega das fábricas é de que a demanda cresceu e não há produção suficiente para atendê-la plenamente. Em razão disso, lojistas deixam de ganhar novos clientes, já que mal conseguem atender às solicitações de fregueses antigos.

– Todo dia deixamos de vender e não é por causa do preço, mas por falta de produto. Desde sexta-feira, não tem um saco de cimento no nosso depósito e não sei se nesta semana vamos conseguir repor. Mesmo programações feitas com antecedência não estão sendo atendidas pelas fábricas – queixa-se Giovani Gaboardi, dono de uma loja de materiais de construção do bairro São Caetano.

 Ele relata que, nos últimos meses, por várias vezes deslocou caminhões até Esteio, onde uma das indústrias fornecedoras de cimento do país mantém fábrica, e os veículos retornaram vazios a Caxias. Tanto os representantes como o telemarketing de duas principais fornecedoras do setor informam que não há cimento suficiente no mercado. O empresário lembra que, em sua loja, o insumo é chamariz para a compra de outros materiais de construção.

 – A falta de cimento puxou nossas vendas para baixo num montante de 15% a 20% – lamenta.

 No estabelecimento de Paulo Rossi, no bairro São Ciro, a clientela até está sendo atendida, só que num intervalo de tempo mais prolongado. Rossi explica que, antes, fazia o pedido pela manhã e, à tarde, já recebia o produto. Hoje, o cimento chega à sua loja uns cinco dias após a solicitação para a fábrica.

 – Produto até tem, mas o consumidor precisa se programar para fazer os pedidos. Para fregueses mais antigos, que sempre compravam na loja, até consigo dispor do produto na hora. Já os demais precisam seguir a programação – avisa.

 Segundo Rossi, mesmo lojas que sempre mantinham cotas de cimento definidas junto aos fornecedores estão sofrendo limitações e não conseguem comprar muito além da média que adquiriam. O empresário também ressalta que, tradicionalmente, nesta época do ano a procura por cimento aumenta entre 30% e 40% na comparação com o inverno. O fato de os dias serem mais longos e quentes e as reformas de final de ano favorecem a compra.

 O comerciante Alberto Hoffmann da Silva explica que vende quase 1 mil sacos de cimento por dia e, se tivesse hoje disponíveis mais 500 sacos, venderia tudo diante da procura. O empresário teme que a carência de cimento se acentue.

 – Nós só não comercializamos mais porque não há produto na quantia que seria necessária. E, pelo que estou vendo, a tendência é piorar, porque, a partir do ano que vem, começam a se intensificar as obras de infraestrutura para a Copa de 2014 e terá de haver cimento para essas construções – comenta.

 

Postado em:
29 nov 2010 às 14:19hs
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