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action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home1/gerinu07/www.cimento.org/wp-includes/functions.php on line 6114Franco, da InterCement: “Vamos disputar essa região de qualquer forma”
A Cimentos de Portugal (Cimpor), cimenteira portuguesa controlada pelo grupo brasileiro Camargo Corrêa desde junho de 2012, começa a disputar o mercado de cimento da região Norte com cimento fabricado em Portugal. No momento, a empresa está desembarcando o primeiro carregamento, de 28 mil toneladas, no porto de Manaus (AM).
“Vamos começar atendendo esse mercado [de Manaus] e vamos disputar essa região de qualquer forma”, disse ao Valor José Édison Barros Franco, presidente do conselho de administração da InterCement Participações, holding do grupo que controla a Cimpor.
A expectativa da empresa para este ano é importar 70 mil toneladas de cimento português. O objetivo é ir elevando os volumes até a instalação de uma unidade própria de produção na região, prevista para entrar em operação no segundo semestre de 2015.
Esse movimento, informou o executivo, visa assegurar espaço nos mercados da capital amazonense e em Belém (PA), enquanto a empresa desenvolve o projeto de instalar sua fábrica. O local ainda não foi definido: ficará em Manaus ou em Santarém (PA). A depender, também, de negociações de incentivos com os governadores dos dois estados.
A empresa já adquiriu terrenos nas duas cidades para montar a fábrica. No início, a unidade vai operar como moagem, instalação mais simples, com investimentos de R$ 390 milhões e capacidade de 900 mil a 1 milhão de toneladas por ano. A moagem utilizará clínquer que virá da própria Cimpor, produzido em Portugal, e escória de aço importada do Japão. Com isso, fará a mistura que resultará no produto final.
Segundo Franco, atualmente as fábricas portuguesas da Cimpor estão operando com pouco mais de um terço da capacidade, devido à crise econômica europeia, o que a forçou a paralisar instalações no país. Uma das saídas é fortalecer as exportações para mercados como o do Brasil, Argélia, Togo e Paraguai.
Na região Norte, a Cimpor vai competir com Votorantim Cimentos, líder do setor no país, e com o grupo João Santos, terceira maior.
Denominado como “Projeto Norte”, o investimento nos estados do Amazonas ou Pará, que marca a entrada da InterCement/Cimpor nesse mercado, prevê uma fábrica integrada. Para isso, terá de instalar no futuro um forno de clínquer, o que elevaria o aporte a R$ 800 milhões.
O projeto inclui a abertura e exploração de uma mina de calcário, matéria-prima para o clínquer, que vai abastecer a instalação futura. E, na região, afirma Franco, as reservas minerais costumam ser distantes das bases de produção do cimento.
A jazida de calcário ligada ao projeto em Manaus, por exemplo, ficaria a 600 km de distância e o produto teria de vir em barcaças percorrendo afluentes do rio Amazonas. Já para Santarém, se for essa a localidade escolhida, a mina estaria a 100 km, em Monte Alegre.
O controle da Cimpor foi assumido pelo grupo Camargo Corrêa, via InterCement Participações, no fim de junho de 2012. Com isso, o Brasil tornou-se a principal base de produção do grupo, com 16 fábricas e 14 milhões de toneladas de capacidade instalada (quase 40% do total).
A empresa vendeu no ano passado 27 milhões de toneladas na Europa, África, Brasil e Argentina, sendo mais de 12 milhões no mercado brasileiro. Com a aquisição, a Camargo Corrêa/InterCmenet se consolidou como o segundo maior fabricante nacional de cimento, com 18% das vendas.
A InterCement/Cimpor tem previsão de investir R$ 2,5 bilhões no Brasil até 2016. Esse valor abrange expansões de fábricas existentes (como a de Cezarina, em Goiás) e novas instalações (Norte, Paraíba e Paraná).
Por Valor Econômico – SP – Ivo Ribeiro