Mesmo com a tímida redução da SELIC em agosto, a queda persistiu em em julho.
As vendas de cimento totalizaram 5,5 milhões de toneladas em julho, apresentando uma diminuição de 0,7% em comparação ao mesmo período de 2022. Enquanto ao longo dos primeiros meses de 2023, houve uma ainda queda ainda maior de 1,8% nas vendas, conforme apontado pelo Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) em seu balanço preliminar. Essa retração é influenciada ainda pela instabilidade econômica, que se mantém mesmo após o anúncio de redução da taxa Selic pelo Banco Central em agosto.
A região nordeste, destaca-se das demais regiões do país, registrando crescimento bem razoável em julho e sendo a única região do país com crescimento anual. E, por outro lado, a região Centro-Oeste é a que apresenta maior queda no acumulado ano.
Um elemento central nesse cenário é a complexidade dos desafios enfrentados pelo setor cimenteiro, onde a dificuldade no acesso ao crédito, causada pelas altas taxas de juros, e a morosidade na regulamentação do Minha Casa Minha Vida têm limitado tanto os financiamentos de unidades habitacionais quanto o lançamento de novos projetos.
Apesar das adversidades, o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento mantém uma visão otimista para os próximos meses. A aprovação do arcabouço fiscal, a tramitação da Reforma Tributária no Senado, a retomada de obras paradas e de projetos de infraestrutura, além do ciclo de redução da taxa de juros, todos esses fatores são identificados como contribuições significativas para proporcionar maior segurança e previsibilidade ao setor.
Paulo Camillo, presidente do SNIC, ressalta a consistente tendência histórica de aumento na demanda por cimento durante o segundo semestre. Essa conjuntura, combinada com a perspectiva de diminuição das taxas de juros, não apenas fortalece a confiança do setor, mas também gera otimismo quanto à obtenção de resultados favoráveis e à mitigação das perdas acumuladas ao longo do ano.
Os desafios econômicos e os obstáculos tiveram impacto nas vendas de cimento ainda durante o mês julho. No entanto, a perspectiva positiva do setor, baseada nas reformas estruturais e na expectativa de novas reduções nas taxas de juros, demonstra a resiliência da indústria cimenteira e sua relevância para a recuperação econômica do Brasil.