A fabricante espanhola de cimentos La Unionvai investir R$ 80 milhões na construção de sua primeira fábrica no Brasil. A unidade, com capacidade inicial de 500 mil toneladas de cimento por ano, será erguida na área industrial do Porto de Suape, no município de Ipojuca, a 60 quilômetros do Recife (PE).
Batizada no Brasil de PG&A Empreendimentos, a empresa chega ao país de olho no aquecido mercado da construção civil do Nordeste. De acordo com o sócio-diretor da companhia, Luiz Carlos Guizzi, outros Estados da região estão sendo observados para a abertura de novas fábricas no médio prazo.
Por enquanto, a empresa quer demarcar espaço no mercado pernambucano, onde a produção de cimento é pequena. Segundo Guizzi, as 500 mil toneladas que serão produzidas pela PG&A representam pouco mais de 25% do que o Estado consome anualmente.
A estratégia traçada pela matriz espanhola para os negócios no Brasil prevê chegar a 2020 com uma fatia de pelo menos 5% do mercado nacional, que hoje fabrica em torno de 60 milhões de toneladas anuais de cimento.
O executivo afirmou que o interesse pelo Estado é antigo. As negociações efetivas para a construção da fábrica, no entanto, começaram somente em dezembro do ano passado e foram mantidas sob total sigilo até o fechamento do negócio.
O crescimento da economia e da construção civil em Pernambuco, superior à média nacional nos últimos anos, foi um dos principais atrativos para o grupo espanhol. Porém a localização do Porto de Suape é que foi definitiva para a escolha do local do empreendimento, já que a empresa pretende importar da China, por via marítima, alguns dos insumos necessários à sua operação.
De acordo com Guizzi, a marca do cimento ainda não foi escolhida. No Chile, onde o grupo tinha a sua única fábrica na América do Sul até então, o produto leva o nome de Cimento San Juan. Além da Espanha e Chile, o grupo La Union tem unidades no Egito, na República Dominicana e na Tailândia.
Em ebulição, a indústria da construção civil cresce a taxas chinesas no Nordeste, resultado da combinação entre crédito farto, déficit habitacional elevado e crescentes investimentos em infraestrutura. Um dos principais termômetros desse mercado, o consumo de cimento na região cresceu 9,3% ao ano entre 2006 e 2009, contra uma média nacional de 5,9%.
No Nordeste, Pernambuco só perde para Bahia em consumo de cimento. A demanda somou 1,717 milhão de toneladas em 2009. |
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