Cimento Cauê fecha fábrica de 66 anos em Minas

Depois de 66 anos, a fábrica de cimento Cauê, em Pedro Leopoldo, comunicou a interrupção de suas atividades nesta terça-feira, 02/07. Atualmente ela pertence à Intercement, empresa do grupo Camargo Correa, que aponta a crise econômica como motivo para o fim da produção. Talvez para minimizar o impacto, acena com uma possível volta, “quando as coisas melhorarem”, como reproduziu o presidente do sindicato de trabalhadores local, Wilson Sales.

Corria o mês de junho de 1953 quando o superempreendedor Juventino Dias e o então governador de Minas Juscelino Kubtscheck lançaram a pedra fundamental da Companhia de Cimento Portland Cauê. Também presentes à solenidade estavam o governador Bias Fortes e o empresário Assis Chateaubriand, entre outras celebridades da época. Reportagem do jornal “O Diário”, do dia seguinte, 9 de junho, celebrava a nova indústria de cimento, que nascia junto a reservas de matéria-prima para centenas de anos.

As jazidas de calcário ainda estão lá, mas o cimento Cauê que chegará ao mercado cumprindo contratos é de outra cimenteira local, a gigante franco-suíça Lafargeholcim, que está ensacando seu produto na famosa embalagem da fábrica brasileira. Uma marca ‘top of mind’ que esteve na construção de Brasília, do Mineirão, do Aeroporto de Confins, na canalização do rio Arrudas, no campus da UFMG, nos shoppings Del Rey, Cidade e BH Shopping, nas trincheiras da Amazonas e da Raja Gabaglia, entre várias obras emblemáticas.

É uma tragédia anunciada para a cidade de Pedro Leopoldo, que perde empregos, mas principalmente tributos. A fábrica já teve mais de 1.000 funcionários e, no último ano, funcionava com 53. Metade deles foi demitida e o restante recebe proposta de transferência para outras unidades. Como a de Ijaci, no sul de Minas, planta moderna que absorveu grande parte da produção da fábrica nos últimos vinte anos.

A unidade de Pedro Leopoldo, no entanto, ganhou fôlego com obras como as da Cidade Administrativa, da Linha Verde e da reforma do próprio Mineirão, durante os governos Aécio e Anastasia. Chegou a ter de volta pelo menos 250 de seus operários. A partir de agora, na imensa planta de fornos parados e estranhamente silenciosa, trabalharão alguns poucos funcionários para a expedição do produto e outros na segurança, naturalmente para evitar invasões ao local.

Postado em:
10 jun 2019 às 17:31hs
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