CSN Cimentos vai às compras e briga pela a 2ª posição no Brasil

O anúncio da aquisição das operações da LafargeHolcim no Brasil pela CSN Cimentos, não veio como uma grande surpresa para o mercado, mas é definitivamente positivo para a família Steinbruch, pois posiciona mais um grupo brasileiro no topo dos grandes fabricantes de cimento no país. Na liderança continua a Votorantim Cimentos (VC), seguida pela InterCement (da ex-Camargo Corrêa), seguida de perto pela CSN que, com algumas novas e pequenas aquisições, já pode pular para a 2ª posição no ranking no país em pouquíssimo tempo.

A transação que acontece apenas há dois meses depois da compra da Elizabeth Cimentos por R$ 1 bi, antecipa em 7 anos os planos de crescimento da CSN Cimentos, que havia prometido aos investidores de seu potencial IPO que atingiria uma capacidade de produção de 17,3 milhões de toneladas em 2028.

Valor abaixo real mercado

A CSN informou que o valor base do negócio é de US$ 1,025 bilhões, ou seja, US$ 99,50/tonelada, o que é abaixo da recente aquisição da Elizabeth Cimentos (cerca de US$ 160/tonelada) e também abaixo do que custaria para construir uma nova planta na mesma capacidade (entre US$ 180 e US$ 250 por tonelada).

A aquisição dos ativos da LafargeHolcim Brasil, soma uma capacidade produtiva de 10,3 milhões de toneladas de cimento por ano à CSN Cimentos. Com o fechamento da operação, a CSN passará a ter uma capacidade anual total de 16,3 milhões de toneladas de cimento, número ligeiramente inferior à capacidade da InterCement da família Camargo Corrêa.

“Mas nós, que somos brasileiros e estamos há tanto tempo no mercado, sabemos que tem muita instabilidade, mas que no médio e longo prazo o Brasil converge para o centro.”
Disse o quase vice-rei do cimento no Brasil

A Votorantim Cimentos, uma das maiores produtoras do mundo, está na primeira posição no Brasil, com capacidade instalada de produção de 52,2 milhões de toneladas por ano. A InterCement vem em seguida com 17,2 milhões de toneladas. Com o fechamento da operação de ontem, a CSN Cimentos passará a ter uma capacidade total de 16,3 milhões de toneladas.

Trata-se do segundo movimento de aquisição do braço de cimentos do grupo de Steinbruch em três meses. A CSN Cimentos havia anunciado, em julho, a compra da Elizabeth Cimentos, que atua na região Nordeste, por R$ 1,08 bilhão. A aquisição adicionou uma capacidade produtiva para a CSN Cimentos de 1,3 milhão de toneladas por ano, para um total de 6 milhões de toneladas.

Com o fechamento da operação, a CSN Cimentos passará a ter presença mais abrangente no território nacional. A compra das operações brasileiras da suíça LafargeHolcim foi anunciada pelo menor valor que se esperava para a conclusão do negócio. A transação inclui as cinco plantas integradas de produção de cimento no País, quatro estações de trituração e 19 unidades de mistura de concreto, entre outros ativos.

O setor de cimentos no Brasil passou por uma forte crise entre 2015 e 2018, com perdas de vendas e fechamento de fábricas. O setor vive agora uma nova realidade, com o terceiro ano consecutivo de crescimento: avançou 3,5% em 2019, 11% em 2020 e expectativa de expansão próxima aos 6% para este ano.

“Há um processo de consolidação de mercado, que já sabíamos que viria dos players instalados no Brasil”, diz o presidente do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic), Paulo Camillo Vargas Penna. Segundo ele, o setor ganha com a compra da LafargeHolcim pela CSN, empresa nacional com capacidade de investimento. “Há uma perspectiva enorme de crescimento à medida que se tem uma infraestrutura que começa a dar sinais de retomada.”

Na reta final, a transação enfrentou volatilidade nos mercados, o aumento do risco político e investidores deprimidos. Benjamin reconheceu que o momento é “bastante incerto.” 

Postado em:
11 set 2021 às 01:31hs
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