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action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home1/gerinu07/www.cimento.org/wp-includes/functions.php on line 6114Uma das características do mercado cimenteiro é a tendência ao consumo local, próximo das fábricas. Isso se deve a fatores como o baixo valor do produto, a relevância do custo de transporte no seu preço final e ao seu caráter perecível. Uma das teorias apontam que a distância ideal a se percorrer, em termos de logística é de, no máximo, variando entre 300 e 500 km, já que o custo do transporte representa 10 a 20% do preço do produto e uma das conseqüências é a pouca ocorrência de trocas internacionais, acontecendo, basicamente, nas fronteiras entre os países.
Em todo o mundo, a indústria do cimento, com sua característica em capital altamente intensivo, é um oligopólio natural e tem poucos participantes (poucos grupos). O Brasil, que em 2009 contava com apenas 10 grupos cimenteiros, passou recentemente a contar com 15 grupos produtores. Devido ao tipo de mercado que é o cimenteiro, o Brasil é um dos países onde existe uma grande concorrência no setor e mais recentemente essa concorrência foi intensificada com a chegada de novos grupos, até então pouco conhecidos no mercado cimenteiro, que passaram a fazer parte da lista dos produtores nacionais de cimento, como a CSN, MIZU, BRENNAND (que havia saído do mercado em 1999 e retornou como dois grupos distintos), a APODI, ACAI e a SUPREMO.
Entre os países americanos, apenas os EUA supera o Brasil em número de empresas cimenteiras, onde, ainda assim, 70% do cimento é produzido por 10 grupos. O comércio internacional de cimento sempre teve uma participação pouco expressiva quando comparado com o consumo mundial. Na década de 50, o comércio entre nações representava pouco mais de 6% do consumo de cimento no mundo. Essa relação caiu nas décadas de 60 e 70, voltando a crescer entre 80 e 90. Nos últimos anos, a relação entre o comércio exterior e o consumo global se estabilizou em torno de 5%.
Dados preliminares de 2013 apontam para uma produção mundial de cimento da ordem de 3,7 bilhões de toneladas.
Preços internacionais do cimento
A pesquisa “Construction and Building Materials Sector”, publicada em fevereiro de 2009 pelo JP Morgan, divulgou os preços do cimento FOB-fábrica (sem impostos) praticados em 2011. O Brasil tem um preço médio de US$ 121,00, enquanto que outros países como o Canadá tem seu preço médio de US$ 150,00 por tonelada e no México o preço médio chega a US$ 174,00 por tonelada FOB-Fab sem impostos.
Imposto de importação de cimento na América Latina
Desde janeiro de 2004, o imposto de importação de cimento e clínquer adotado pelo Brasil e pelos demais países do Mercosul (Tarifa Externa Comum – TEC) às importações oriundas de países fora do Bloco Econômico é de 4%. No comércio intra-Mercosul, o imposto é de 0%.
A Resolução da Câmara de Comércio Exterior (CAMEX), de 22/02/2006, reduziu no Brasil a alíquota do imposto de importação do cimento portland cinza para zero (0%). Essa alíquota é a menor dentre todos os países da América Latina, tornando o mercado brasileiro mais vulnerável às importações, que mesmo assim, devido aos preços do mercado interno, são pouco significativas.
No quadro abaixo, traçamos alguns dados de 2011, com alguns países e continentes com Preços FOB FAB ( US$/Ton sem impostos) :
Nas figuras acima e abaixo, podemos observar as proporções de como chegamos aos preços de cimento no Brasil. Os impostos, diretos, sobre as vendas, montam 29,7%, restando 70,3% para cobrir: Custos Diretos, Custos Indiretos, Custos Financeiros, Remuneração do Investimento, CPMF, Enc. Trabalhistas, IRPJ, CSSL e demais Impostos que somados aos 29,7%(dos impostos sobre as vendas), montam 38,4%.
A análise que poderá ser feita, à partir de tais dados, é que produzir e comercializar cimento em outros países é mais vantajoso que no Brasil. Não é por acaso que grandes grupos nacionais, como Votorantim, Camargo Correia estão se internacionalizando.
O fato que pode causar estranheza aos consumidores brasileiros é que, países como os Estados Unidos, França, Inglaterra e tantos outros, os preços são superiores aos preços médios brasileiros.
Os preços dos países, no gráfico abaixo são sem Impostos, ao se incluir toda a carga tributária brasileira, os preços finais, de nosso cimento, já não se apresentariam no mesmo gráfico.
Na verdade o cimento brasileiro é um dos mais baixos do mundo, no que diz respeito ao retorno do investimento.
Fora a carga tributária em nosso país, pesa ainda sobre o investimento, as altas taxas de juros do mercado nacional. As quedas nos preços são cíclicos e de tempos em tempos, como numa dança de posições, alguns Grupos Cimenteiros, numa tentativa de aumentar suas participações, praticam preços muito abaixo no mercado, o que é sempre seguido pelos demais produtores.
Como o cimento é uma comodities, sua demanda é inelástica e o consumo pouco varia em função dos preços, ou, pelo menos a variação é pouco percebida. Reduções em preços, mesmo que significativos, necessariamente não aumentam a demanda em proporções semelhantes vez que o peso do cimento em uma obra, varia de 3 a 8%, dependendo do tipo de obra e da qualidade de seu acabamento.
Perspectivas para os preços do cimento
Do ponto de vista das empresas de cimento, os volumes comercializados não é a principal meta das empresas, uma outra variável é, sem dúvida, o preço de venda do cimento que é praticado e que são definidos, exclusivamente, em função de variáveis de mercado. Os menores volumes comercializados em 2013 e as previsões provavelmente frustradas para 2014, não bastam para reduzir projeções de receitas das empresas. A queda nas vendas sem que haja uma redução nas capacidades de produções instaladas de um país ou de uma região, levam a utilização da capacidade inferior, que por sua vez impactam fortemente nos preços praticados, que não acompanham, sequer, o ritmo da inflação. Isso pode acontecer mesmo em um mercado crescente, se o crescimento da demanda acaba inferior às expectativas iniciais.
A razão para isso é que as novas adições de capacidade, que são uma característica constante em mercados emergentes, teria sido planejadas sob suposições de maiores volumes de demanda e quando essa nova capacidade eventualmente entra no mercado, a procura menor que a esperada (mesmo que ainda sequencialmente crescente) não irá ser capaz de absorver toda nova capacidade instalada, levando a uma menor utilização da nova capacidade e, por sua vez, exercendo forte pressão sobre os preços de venda. Eles não conseguem acompanhar o ritmo da inflação de custos.
Essa análise que tem sido feita em vários mercados demonstra que os preços de venda estão intimamente ligados à utilização da capacidade instalada. A Rússia por exemplo, que aumentou muito sua capacidade sem um crescimento correspondente que era esperado para a demanda, sofreu o efeito nos preços, certeiro como um relógio, que chegou exatamente um ano após o aumento da capacidade, ou da menor utilização da capacidade instalada.
No Brasil não é diferente, como o prazo de implantação de uma fábrica é relativamente elevado e do planejamento ao startup leva, no mínimo cinco anos, o grosso das construções ou ampliações ocorreu no melhor momento do mercado. Já o lançamento das novas marcas e sua comercialização, aconteceu e continua acontecendo, em um momento preocupante para o país, em especial para a construção civil e para a indústria cimenteira.