Holcim e Lafarge recolocam a fusão nos trilhos

A Holcim e a Lafarge acertaram novos termos financeiros e de liderança para salvar seus planos de criar a maior companhia de cimento do mundo, após a fusão chegar à beira do colapso na semana passada.

As empresas acertaram uma nova relação de troca, onde 9 ações da Holcim terão paridade com 10 da Lafarge. Também estabeleceram que o presidente-executivo da Lafarge, Bruno Lafont, que antes seria presidente executivo da gigante, será após a fusão o co-presidente do Conselho de Administração.

O papel de Bruno Lafont era um ponto de discordância para a suíça Holcim, que ameaçou abandonar o acordo se esse ponto e os demais termos não fossem renegociados. Os acionistas da Holcim questionaram a capacidade de Lafont de entregar as economias de custos prometidas de 1,4 bilhão de euros pela fusão, além de não gostarem nada de seu estilo impetuoso de gestão, segundo informações de fontes ligadas às empresas.

Numa entrevista via teleconferência, o “ex-futuro” presidente executivo da gigante, Bruno Lafont, afirmou que eles farão tudo quanto for necessário para que a fusão prossiga e torne-se possível.

A nova relação de ações significa que os acionistas da Holcim serão donos 55,6% da LafargeHolcim e não mais de 53% como acordado anteriormente. Nassef Sawiris, bilionário egípcio, segundo maior acionista da Lafarge, dono de 16% das ações da francesa, disse que apoiou o acordo e que não estava preocupado com a força maior dos acionistas da Holcim no negócio.

Nas últimas semanas, alguns acionistas da Holcim, como informado aqui, declararam ser abertamente contra o acordo, exigindo algumas mudanças, por entenderem que o era favorável demais para Lafarge.  Para acalmar os ânimos dos investidores serão pagos uma nova ação para cada novo lote de 20 ações da LafargeHolcim após a conclusão da fusão.

Adaptação do grupo de edição do www.cimento.org

Postado em:
21 mar 2015 às 12:45hs