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action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home1/gerinu07/www.cimento.org/wp-includes/functions.php on line 6114Industrial e economista, nasceu a 26 de outubro de 1907, em Vila Bela, hoje município de Serra Talhada. Filho mais moço de Rita Pereira dos Santos e de José Bernardino Gomes dos Santos, próspero fazendeiro, dono da Fazenda Ladeira Vermelha. Órfão de pai antes mesmo de completar um ano de idade, logo em seguida sua família sofre outro duro golpe: foi em 1909 quando, por conta de brigas políticas locais, todos os bens dos Santos são destruídos ou ocupados (inclusive a fazenda) e eles são obrigados a deixar Pernambuco. Viúva e filhos seguem, então, para a região de Paulo Afonso, Bahia, em busca de sobrevivência. Na Bahia, em 1915 João Santos conhece o famoso industrial Delmiro Gouveia e o menino João, então com oito anos, arranja o seu primeiro emprego e vai trabalhar na seção de etiquetas da Fábrica de Linhas da Pedra, empreendimento instalado no ano anterior em terras alagoanas pelo pioneiro da energia elétrica no Nordeste.
Na linha de montagem da Fábrica, João Santos sofre um acidente que lhe mutila um dedo da mão e é transferido para o escritório, passando a exercer a função de “menino-de-recados” de Delmiro. Começa freqüentar a escola na vila operária da Pedra e é também ali que aprende a tocar saxofone. Em 1922, João Santos muda-se para Jaboatão, onde passa a estudar e tocar na banda da escola paroquial.
Concluído o curso ginasial, em 1924 João Santos troca Jaboatão por Recife, passa a trabalhar no escritório da Great Western, onde percebe o salário de 60 mil réis ao mês. Nessa época, abandona o saxofone e, para conciliar emprego e colégio, enfrenta jornadas estafantes. Muitas vezes, utiliza o recurso de mergulhar os pés em água fria enquanto vara a madrugada debruçado sobre os livros. Aos 19 anos, trabalha na empresa Cahuás & Irmãos (armarinho), com salário de 200 mil réis, faz curso de inglês e conquista o título de guarda-livros, equivalente hoje a contador. Em janeiro de 1930, aos 22 anos de idade, torna-se bacharel em Ciências Econômicas, pela então Faculdade de Comércio de Pernambuco.
Diploma universitário na mão, logo consegue o seu primeiro bom emprego, agora na empresa Adriano Ferreira & Cia, com salário de 400 mil réis por mês. Começa como chefe de escritório, torna-se diretor da seção de vendas e um ano mais tarde, em 1931, já é sócio da empresa. Conquista obtida, segundo ele, com a poupança do que ganhava de salário e comissão de vendas de três por cento.
Em 1934, casa-se com Maria Regueira dos Santos e, em sociedade com o português Adriano Ferreira, dá o seu primeiro grande passo como empresário: compra a Usina Sant’Ana de Aguiar, em Goiana, da qual detinha 35% das ações. Um ano mais tarde, João Santos e Adriano vendem esta usina.
Em 1937, João Santos insiste na condição de usineiro. Tendo ainda Adriano Ferreira como sócio, compra a Usina Santa Teresa, com 50% de participação no negócio. Os dois administram a empresa até 1939, quando o português deixa o Brasil e vende suas ações ao companheiro. Sozinho à frente da usina, João Santos parte para a construção do seu grupo.
Em 1951, cria a Fábrica de Cimento Nassau, fundando para este fim a Itapessoca Agro Industrial SA, na época a maior unidade do ramo instalada no Nordeste. Para consolidar sua empresa, além de visão empresarial e disposição para o trabalho, João Santos contou com apoio de pessoas influentes, entre as quais o general Cordeiro de Farias que governou Pernambuco entre 1955/58.
Do cimento, passou a diversificar seus negócios e chegou à década de 90 comandando um dos mais importantes conglomerados industriais do País, o Grupo Industrial João Santos, que gera 10 mil empregos diretos, formado por empresas nos ramos da agropecuária, comunicação (rádio, jornal e televisão) e táxi aéreo, espalhadas em vários Estados brasileiros.
Foi casado com Maria Regueira dos Santos, com quem teve sete filhos: João (falecido), José Bernardino, Geraldo (falecido), Fernando, Rosália, Ana Maria e Maria Clara. Aos 98 anos de idade*, mantinha uma rotina de trabalho de 14 horas diárias, mantendo contato permanente com todos os setores de suas várias empresas.
Em 15 de abril de 2009, O empresário pernambucano João Santos morreu na UTI do Hospital Português. O ex-governador de Pernambuco, Joaquim Francisco, ressaltou o respeito e a solidariedade demonstrados por João Santos e seu pioneirismo. “Foi um exemplo de obstinação, respeito à família e da confiança do nordestino de vencer as adversidades”, afirmou.
Matéria publicada em www.pe-az.com.br* adapter By www.cimento.org .
Recife, 17 de Abril de 2009 – Um dos empresários nordestinos que fez história na economia nacional, o pernambucano João Santos, presidente do Grupo João Santos, morreu quarta-feira à noite no Recife, aos 101 anos, vitimado por uma parada cardíaca. As fábricas de cimento Nassau são as empresas as mais conhecidas do grupo, que também atua ainda nos setores sucroalcooleiro e de comuni-cações com a Rede Tribuna de Televisão, presente nos Estados de Pernambuco e do Espírito Santo. Ao lado de José Ermírio de Moraes, do Grupo Votorantim, e de Severino Pereira da Silva, do Grupo Paraíso (adquirido em 1996 pela Holcim) , João Santos formou a tríade de pernambucanos que dominou a produção de cimento no Brasil no pós-guerra.
A primeira fábrica do cimento Nassau começou em 1951 com a abertura da Itapessoca Agro Industrial, dando largada à fundação de outras doze fábricas de cimento em onze estados do País.
O grupo, que hoje abriga 24 empresas no Brasil, gera 10 mil empregos diretos distribuídos ainda em investimentos em pecuária, agricultura – plantações de bambu para as fábricas de papel e celulose de Pernambuco e do Maranhão -, e em usinas de açúcar e álcool, além de atuar com táxi aéreo, com a empresa Weston, e a transportadora Itamaracá que faz parte da logística do cimento.
Discretíssimo, o empresário era avesso a entrevistas e, até 2007, ainda ia diariamente ao escritório. Depois de ir perdendo a visão, afastou-se, mas se mantinha atento aos negócios. Nascido no sertão de Pernambuco, perdeu o pai cedo e foi com a mãe e os irmãos para a Bahia, onde, aos oito anos teve seu primeiro emprego como “menino de recados” do empresário Delmiro Gouveia. Estudou economia, casou-se e teve sete filhos. Ao morrer, morava numa casa à beira mar de Boa Viagem, no Recife.
O empresário Ricardo Brennand, amigo de João Santos desde 1933 quando este ligou-se ao seu tio, também chamado Ricardo Brennand, então presidente do sindicato do Açúcar e do Álcool de Pernambuco, lembrou ontem da intensa atividade de Santos na época em que a produção de açúcar era a única atividade do estado pernambucano.
Mas depois de enxergar a indústria cimenteira como promissora, João Santos, segundo o amigo, dedicou-se ao ramo com afinco. “O interesse e a perspicácia de João Santos no cimento era obsessivo e ele fundou de 12 a 15 fábricas de cimento no Norte e no Nordeste”, comentou. Sobre a convivência com o empresário que, na juventude tocava saxofone, Ricardo Brennand guardará boas lembranças. “Foi a mais afável e mais deliciosa convivência que se pode ter. João não abria mão do bom convívio, da boa prosa. Era sequioso de uma conversa sobre qualquer assunto que o tirasse da rotina”, recordou, ao sair do velório realizado na própria casa de João Santo, enterrado no final do dia, no cemitério de Santo Amaro, no Recife.
Políticos, empresários e amigos que compareceram ao velório e lamentaram a morte de João Santos, destacando a capacidade de Santos de trabalho e de enxergar longe negócios, muitas vezes como um visionário, que teriam grande importância para a economia nacional. O ex-governador de Pernambuco, Joaquim Francisco, ressaltou o respeito e a solidariedade demonstrados por João Santos e seu pioneirismo. “Foi um exemplo de obstinação, respeito à família e da confiança do nordestino de vencer as adversidades”, afirmou.(Gazeta Mercantil/Caderno C – Pág. 1)(Etiene Ramos).