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action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home1/gerinu07/www.cimento.org/wp-includes/functions.php on line 6114Empresário e grande industrial português, António Champalimaud tinha uma fortuna calculada em 1,3 mil milhões de euros e apareceu na lista dos multimilionários da revista americana Forbes no 303.º lugar.
António de Sommer Champalimaud nasceu a 19 de Março de 1918, em Lisboa. Passou a infância em Cascais, com os seus quatro irmãos, mas foi na Galiza que estudou até 1932, no colégio de jesuítas de La Guardia. Com 19 anos, deixou os estudos, tendo de desistir do curso da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa devido à morte do pai.
Em 1942, ascende à administração da Empresa de Cimentos de Leiria (ECL), propriedade do tio Henrique Sommer, que viria a falecer, em 1944, e a deixar-lhe grande parte dos seus bens. Nesse mesmo ano, António Champalimaud ocupa o lugar de director-delegado na Cimentos de Leiria e decide investir na indústria cimenteira em Angola e Moçambique. É então que compra a Fábrica de Cimento Portland.
Começa a interessar-se por outros investimentos, como o papel, o ferro e o aço e, em 1954, arranca com um novo projecto: a Siderurgia Nacional. Em 1961, volta a alargar os seus horizontes e decide investir na área financeira, comprando um grande lote de acções do Banco Pinto & Sotto Mayor e adquirindo as companhias de seguros Confiança, Mundial e Continental Resseguros.
Em 1969, um litígio familiar, que ficou conhecido como o «Caso da Herança Sommer» e que envolvia problemas relacionados com a herança das acções da Cimentos de Leiria, obriga-o a fugir para o México. Durante os cinco anos em que permaneceu no exílio, deixou os seus negócios nas mãos dos seus colaboradores de confiança.
O ano de 1973 marca o seu regresso a Portugal, depois de ser absolvido de todas as acusações que pairavam sobre ele. No entanto, o 25 de Abril de 1974 obrigou-o a, mais uma vez, deixar o país. A revolução e consequentes nacionalizações apanham o património financeiro do homem que, já naquela época, era considerado a sétima maior fortuna europeia, com um império avaliado em 40 milhões de contos. Foge para França e, depois, para o Brasil.
No Brasil, enfrentou alguns processos judiciais, movidos pelo estado português, quanto à venda do Banco Pinto & Sotto Mayor, efectuada antes do seu exílio. António Champalimaud, por sua vez, moveu uma contra-acção judicial, vencendo todos os processos. A indefinição do montante a fixar para as indemnizações pelas nacionalizações das suas empresas fez com que o processo se arrastasse até 1995, altura em que o Estado fixou finalmente um valor. Champalimaud não concordou com o estabelecido, dando início a novo processo.
De regresso a Portugal em 1992, António Champalimaud conseguiu readquirir a Mundial Confiança e o Banco Pinto & Sotto Mayor, aproveitando o processo de privatização das empresas públicas encetado pelo governo de Cavaco Silva. Considerado o homem mais rico de Portugal, e dono do segundo maior grupo financeiro português (uma seguradora e seis bancos) viu publicada uma biografia sua em 1997.
Em 1999, Champalimaud anunciou a sua intenção de negociar com o Banco Santander Central Hispano, instituição bancária espanhola, as suas posições nacionais na banca e no ramo dos seguros. O governo português acabou por vetar o negócio, tendo sido criados alguns atritos com a Comissão Europeia, já que esta aprovava o negócio.
Depois de longos meses de impasse, o empresário português revogou o anterior acordo substituindo-o por um novo negócio, com quatro fases. Na primeira, o grupo Santander compra a Champalimaud o grupo Mundial Confiança (Mundial Confiança, Banco Pinto & Sotto Mayor, Banco Totta e Açores, Crédito Predial Português e Banco Chemical Finance). Posteriormente, o banco espanhol vende a totalidade do grupo à Caixa Geral de Depósitos que volta a revender ao Santander o Banco Totta & Açores, o Crédito Predial Português e o Banco Chemical Finance. Numa quarta fase a CGD lança uma OPA sobre o capital das outras duas instituições do grupo. Champalimaud recebeu, pelo negócio, uma soma monetária e acções do grupo espanhol.
Depois da venda do seu património financeiro, António Champalimaud regressou ao Brasil. Nesse país, possuía fazendas vocacionadas para a agricultura e para a pecuária. Deixou de ter negócios em Portugal.
António Champalimaud faleceu a 8 de Maio de 2004, deixando uma fortuna calculada em mais de 1700 milhões de dólares.
19 de Março de 1918 – Nasce, em Lisboa, António de Sommer Champalimaud, primeiro filho de Carlos Montez Champalimaud e Ana de Araújo de Sommer
1928-1932 – António Champalimaud e o irmão Henrique estudam no colégio de Jesuítas La Guardia, na Galiza.
1933 – Entra no Colégio Académico e depois vai o Liceu Pedro Nunes, ambos em Lisboa.
1937 – Carlos Champalimaud, seu pai, morre.
1941 – Casa-se com Maria Cristina de Mello, neta de Alfredo da Silva (fundador da CUF) e filha de Manuel de Mello (pai de José Manuel de Mello e Jorge de Mello)
1942 – Assume a função de administrador na Empresa de Cimentos de Leiria, à data propriedade de seu tio Henrique Sommer.
1942 – Nasce o seu primeiro filho António Carlos
1943 – Nasce o segundo filho Maria Luísa
1944 – Henrique de Sommer morre e António Champalimaud assume o comendo das cimenteiras. Assim que se torna líder, Champalimaud parte para Moçambique para ultimar a aquisição da Fábrica de Cimento Portland de Moçambique na Matola, fábrica que acaba por lhe ser vendida em Dezembro desse ano.
1945 – Pede licença para a construção de uma nova fábrica na Beira, fábrica que iria ser construída entre 1947 e 1951. Outra fábrica, a de Nacala, seria construída entre 1960 e 63. Nasce o terceiro filho, Maria Cristina.
1946 – Fundada a Companhia de Cimentos de Angola, onde participava a Secil. Nasce o quarto filho Manuel Carlos de Mello Champalimaud
1948 – Nasce o quinto filho, José.
1950 – Nasce o sexto filho, João Henrique
1952 – Nasce o sétimo e último filho Luís de Mello Champalimaud. António Champalimaud requer em nome da Cimentos Tejo autorização para instalar a siderurgia
1954 – Funda a Siderurgia Nacional, que recebe um ano depois a concessão da exploração exclusiva por dez anos de vários minérios
1957 – Início do Caso Sommer, um processo pela luta da herança de Henrique Sommer, onde se opôs aos seus irmãos. A partir deste ano os processos entre as partes chegou a ultrapassar os 30. O conflito durará 16 anos, sendo ilibado em 1973. Divorcia-se de Cristina Mello
1960 – Torna-se o maior accionista do Banco Pinto & Sotto Mayor e adquire a companhia de seguros A Confiança e participa na Mundial e Continental Seguros.
1969 – Sai de Portugal e parte para o México, para evitar um mandado de captura no processo da herança Sommer. Cria a Soeicom (Soc. Empreendimentos Industriais, Comércio e Mineração), no Brasil. Manteve-se no exílio até 1973.
1970 – António Champalimaud encontra-se em Paris com Arthur Cupertino de Miranda e compra-lhe 22,4% do BPA e compra mais 10% a João Rocha. A aquisição do BPA acabaria por não ter resultados.
1973 – Fim do Caso Sommer, em que Champalimaud é ilibado e volta a Portugal.
1975 – Processo de nacionalização das suas empresas (em Março foi nacionalizada a banca e seguros; em Abril a Siderurgia, em Maio as cimenteiras e celuloses). Consegue comprar as acções da Soiecom que pertenciam à Empresa de Cimentos de Leiria. Vai para o Brasil.
1976 – Ordenado o congelamento dos bens pessoais de Champalimaud.
1977 – Morre a sua mãe e vem a Portugal.
1978– Morre o filho mais velho, António Carlos, num acidente de viação, em Lisboa.
1988 – Entra com um pedido de indemnização ao Estado português por causa das nacionalizações de 1975. Ganha este processo.
1992 – Adquire, na Privatização, 51% da Mundial Confiança, por 18 milhões de contos. O seu sexto filho, João, é assassinado por um funcionário da empresa.
1994 – Readquire, na privatização, o Banco Pinto Sotto Mayor, por 37,2 milhões de contos, e assume o controlo dos bancos Totta & Açores e Crédito Predial Português.
1996 – Adquire a totalidade do banco Chemical.
1999 – Vende o grupo financeiro Champalimaud ao BSCH (Santander) sem dar conhecimento a Estado português, que, pelo ministro das Finanças Sousa Franco, impugna o negócio. Com a saída do ministério de Sousa Franco sucedeu-se Pina Moura que consegue um acordo a ser implementado no primeiro semestre de 2000.
2000 – Champalimaud vende a maioria do grupo Mundial Confiança ao Santander que por sua vez revende à Caixa Geral para comprar o Totta e o Crédito Perdial Português. A Mundial Confiança ficaria na Caixa e o Banco Pinto & Sotto Mayor seria revendido ao BCP. Champalimaud passa a ser um dos principais accionistas individuais do Santander e mantém-se como homem mais rico de Portugal, pela revista Forbes.
Textos publicados no Jornal de Negócios On-line (http://www.negocios.pt/default.asp?SqlPage=Content_Economia&CpContentId=242379) e Biblioteca Universal (http://www.universal.pt/scripts/site/newsletter/champalimaud.html).