CADE “aprova” a LafargeHolcim

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a fusão entre as cimenteiras Holcim (Suíça) e Lafarge (francesa). O tribunal aceitou a proposta das empresas para que o negócio fosse fechado após  a venda de fábricas de cimento e de usinas de concreto, além de centros de distribuição das duas marcas. As empresas propuseram vender as fábricas de cimento da Holcim em Cantagalo e da Lafarge em Santa Cruz e Cantagalo, todas no Rio de Janeiro. As companhias também acertaram a venda de centrais de concreto e centros de distribuição da Holcim em Pouso Alegre-MG e da Lafarge em Arcos, também em Minas.

Segundo Gilvandro Araújo, relator do processo no Conselho, a operação só pode ser concretizada após a efetiva alienação dos ativos. “Cumpre-se primeiro a obrigação e depois se consuma a operação”.  As empresas afirmaram que esperam vender os ativos até o final do próximo mês, ou seja, em janeiro de 2015.

Ao mesmo tempo em que, a Ultratech Cement, empresa que faz parte do grupo Aditya Birla, maior produtor de cimento da Índia, que tinha demonstrado interesse na oferta dos ativos brasileiros da Lafarge e da Holcim no país, desistiu do negócio.  Os ativos brasileiros à venda incluem três fábricas integradas de cimento e duas estações de moagem com uma capacidade total de 3,6 Mton/ano, bem como uma central de concreto (alienação de 31% da capacidade instalada de ambas no país).  

A UltraTech Cement tem uma capacidade instalada de produção de cimento de 62 Mton/ano, com 12 plantas integradas, uma planta de clínquer, 16 unidades de moagem e seis terminais de granéis com operações em toda a Índia, Emirados Árabes, Bahrein, Bangladesh e Sri Lanka e se o negócio fosse concretizado no Brasil seria o maior negócio do grupo fora do mercado indiano.

Fontes ligadas à empresa disseram que após visitas ao país e aos ativos ofertados pelos dois grupos, não perceberam, para o momento atual brasileiro, como sendo um negócio interessante e decidiram, em vez disso, aumentar sua produção no mercado doméstico indiano. A decisão do recuo no investimento brasileiro pode ter sido em decorrência da atual demanda do mercado, aliada a um aumento na capacidade instalada do país que já se aproxima de 87 milhões de toneladas anuais de cimento (com previsão de crescimento já para 2015 com alguns projetos em fase de conclusão), quando o consumo interno nacional começa a sinalizar uma estabilização próxima aos 70 milhões de toneladas/ano e sem grandes perspectivas de melhoras, já que modestos indicadores de crescimento aqui são registrados.                                             

Outra antes interessada nos ativos, a colombiana Cementos Argos, também decidiu não mais disputá-los. A multinacional colombiana põe fim a três meses de expectativas em relação a uma possível estréia no mercado brasileiro, divulga-se que a empresa percebeu que a compra dos ativos poderiam não gerar o valor esperado pelos investidores. O foco estrangeiro da cimenteira colombiana voltou a se concentrar no México, cuja economia deve crescer 3,5% em 2015, bem mais que o Brasil e um crescimento bem maior que o das Américas como um todo (previsão de 2,2%). Outro foco da colombiana são os Estados Unidos que deverão crescer cerca 8% em 2014 e algo próximo de 3,1% em 2015, onde a Cimentos Argos adquiriu ativos no ano passado.

Os ativos podem ser vendidos a uma única empresa ou vários outros interessados, desde que não inflijam regras do Cade. A Holcim, por sua vez, antes da fusão e da criação da nova empresa (LAFARGEHOLCIM), será obrigado a pagar uma multa de R$ 508 milhões, imposta pelo Conselho no processo que considerou que um grupo de cimenteiras agiu contra a livre concorrência no país por duas décadas, entre elas a Holcim e a Lafarge, sendo que a última, em 2007 fechou acordo com o Cade e pagou uma multa de R$ 43 milhões e se livrou do processo. 

Postado em:
11 dez 2014 às 19:26hs
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