Cimento agora é a estrela da Camargo Corrêa

intercement1SÃO PAULO – O pessoal dos bancos de investimento tem batido à porta da Camargo Corrêa. Com um dialeto forrado de inglês, eles chegam com suas presentations, calculam o return, descrevem o deal: querem convencer os acionistas do grupo das vantagens de fazer o IPO (abertura de capital na bolsa) da InterCement, empresa de cimento da Camargo. A companhia ganhou porte global depois de uma tacada fulminante, a compra da cimenteira portuguesa Cimpor, finalizada em dezembro. Com a operação, passou de 34ª para 18ª maior do ramo no mundo. No Brasil, era a terceira do ranking e agora é a segunda, atrás apenas da Votorantim. Mas a Camargo não quer saber de conversa neste momento. A produção de cimento acaba de virar o principal negócio do grupo e a empresa tem planos ambiciosos nessa área. “Temos certeza de que seria uma operação bem sucedida, mas não está na hora. Por enquanto, fica tudo conosco”, diz, em bom português, José Édison Barros Franco, presidente do conselho de administração da InterCement.

 

Os donos da Camargo não querem dividir a cimenteira com ninguém, porque ela é hoje a maior geradora de caixa do grupo. Deixa para trás negócios tradicionais e de faturamento violento como a construção de obras públicas, onde tudo começou, a distribuidora de energia CPFL e as concessões de estradas. A receita com a venda de cimento em 2012, da ordem de R$ 7 bilhões, corresponde a cerca de um terço do faturamento total do grupo, estimado em R$ 23 bilhões. “Cimento é algo mais estável que a construção de obras públicas e está crescendo nos países emergentes”, diz Barros Franco.

A intenção dos acionistas da Camargo não é abandonar as obras públicas, muito menos diminuir a presença em atividades ligadas à infraestrutura. O que levou o grupo a colocar tantas fichas no cimento foi a busca por atividades que dependem menos do setor público e mais do desempenho do País. É o mesmo pensamento que levou a Camargo, anos atrás, a apostar num portfólio mais diversificado. Ele inclui uma das maiores produtoras de denim (matéria-prima do jeans) do mundo, a Tavex, e também a Alpargatas, fabricante das sandálias Havaianas, dos tênis Topper e Mizuno, e sócia desde o ano passado da grife de roupas Osklen.

Mas a estrela do momento é o cimento. A InterCement deverá receber quase metade dos R$ 2,6 bilhões que o grupo pretende investir neste ano. A médio prazo, o plano é investir R$ 1,2 bilhão por ano até 2016. Hoje são 39 fábricas em nove países – 16 no Brasil. O objetivo é aumentar a produção para defender sua fatia de 20% no mercado brasileiro, hoje dominado pela Votorantim, com 40% de participação. Fora do País, a prioridade é crescer na América Latina e na África.

Para o Brasil, o plano é construir quatro novas fábricas. No exterior, a empresa está fazendo uma no Paraguai, pretende construir novas fábricas na Argentina e em Moçambique, ampliar a operação no Egito e erguer sua primeira fábrica em Angola. Os executivos da InterCement também acompanham com atenção o mercado no Chile, Equador, Peru e Colômbia, lugares em que gostariam de entrar. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Postado em:
4 mar 2013 às 10:19hs
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