
A Associação de Cimento da Espanha, a Oficemen, estima que o consumo doméstico de cimento na Espanha caia em mais 20% em 2013, resultando em seis anos consecutivos de declínios de dois dígitos no país. Na contramão, no mês de novembro de 2013, a produção de cimento aumentou 4,9% em relação ao mesmo mês de 2012, enquanto que o consumo interno ainda caiu mais 9,3% (incremento nas exportações). No acumulado do ano, janeiro a novembro de 2013, os níveis tanto de produção como de consumo diminuíram, caindo 16% a produção e 20,3% o consumo em relação ao mesmo período do ano anterior. O consumo atual de cimento na Espanha é de 11 milhões de toneladas/ano (previsão para 2013), quando em 2007, o consumo de cimento marcava 56 milhões de toneladas (Gráfico).
A Oficemen prevê que o consumo continuará caindo em 2014, com uma redução de 7 a 8% no ano. Ele estima que o consumo ficará próximo aos 10 milhões de tonelada, derrubando o consumo per capita para 220 kg/hab, número que não era observado desde 1962 (há mais de 50 anos). Em termos comparativos o consumo per capita previsto para a Espanha em 2013 será o mesmo registrado no Paraguai em 2012, ou ainda, será 33% menor que o consumo per capita do Brasil no mesmo ano, que registrou 330 Kg/Hab. Cabe observar que em 2006 o consumo per capita daquele país era de 1.278 kg por habitante, ou seja, em 2006 cada espanhol consumia cerca de 25,5 sacos de cimento de 50 Kg por ano e em 2013, o consumo médio de cada habitante daquele país caiu para 4,4 sacos de cimento (50 Kg), uma queda superior a 80% no consumo médio por habitante ano.
O presidente da Oficemen não acredita que o setor cimenteiro espanhol possa sair da crise até 2015 e acrescenta que essa saída continuará dependendo de uma série de fatores, tais como o emprego, o consumo dos cidadãos e a habitação de um modo geral.
No momento, a Espanha é o maior exportador de cimento da UE, com 18% de sua produção, quando a Alemanha opera com 14,4%. Mesmo assim a indústria expressou preocupações com o aumento dos custos com a energia elétrica, que impactou negativamente a produção de 3,5% nos últimos três meses.