
De cordo com o último relatório divulgado pela Associação de Cimento Portland (PCA), que representa os fabricantes de cimento dos Estados Unidos, o consumo de cimento cresceu cerca de 9,2 milhões de toneladas entre as economias desenvolvidas no ano de 2014. O relatório informa ainda que no ano em curso haverá um novo incremento de aproximadamente 9 milhões de toneladas.
“A maior parcela do crescimento do consumo de cimento no mundo desenvolvido credita-se à América do Norte, em especial aos Estados Unidos”, disse Edward J. Sullivan, vice-presidente da Associação. “Com um crescimento esperado de mais de 7,4 milhões de toneladas, os Estados Unidos continuarão a crescer em ritmo mais rápido do que a maioria dos outros países desenvolvidos…”
A associação projeta que o consumo mundial de cimento deverá apresentar um crescimento sustentável durante os próximos quatro anos (2015-2018), porém em um ritmo menos otimista que o esperado. O consumo mundial de cimento deverá crescer 2,2% em 2015 e 3,7% em em 2016 e fixando um crescimento médio de 4% em 2017 e 2018. No ano passado (2014) o consumo de cimento cresceu cerca de 4,6%, saindo dos 4 bilhões de toneladas de 2013 para 4,3 bilhões de toneladas de cimento em 2014 .
O consumo de cimento nos Estados Unidos atingiu o seu nível mínimo em 2010, quando consumiram, somente, 71,2 milhões de toneladas, quando o recorde de consumo do país, em 2005, foi de 128,2 milhões de toneladas de cimento consumido. Uma queda de quase 45% no consumo do produto no país em um pequeno período de tempo, creditada a crise financeira mundial. Desde então o consumo de cimento no país começou a registrar uma pequena reação anual. É certo que os números atuais de consumo de cimento do país ainda estão muito aquém do recorde e da tendência existente à época, mas, segundo a PCA, o consumo alcançará 192 milhões de toneladas de cimento até o ano de 2035. No atual momento do mercado cimenteiro global, esse pequeno crescimento no consumo americano, mesmo que distante dos números já alcançados, anima o setor.
A desaceleração do crescimento da economia asiática, onde a China que crescia até dois dígitos em 2010 e 2011, reduziu as taxas de crescimento do consumo de cimento no mundo, em comparação com anos anteriores (previsão para China é crescimento no consumo de cimento em 7% em 2015). Assim, qualquer crescimento fora da Ásia, somados, pode ajudar a manter o consumo global de cimento ainda em ascensão, mesmo considerando as gigantescas diferenças nos tamanhos entre os mercados, como é o caso da China e dos Estados Unidos, como mostrado no quadro ao lado, 0nde o país asiático consumiu em apenas três anos, quase 50% a mais que os Estados Unidos
Na Europa haverá um crescimento modesto em 2015, seguido por ganhos maiores em 2016 e, provavelmente, nos anos seguintes. Esse cenário está refletindo a melhora gradual dos setores de habitação não residencial que enfrenta dificuldades, especialmente entre as várias economias da zona do euro.
Na tabela a seguir, comparando a produção de cimento de diversos países nos anos de 2013 e 2005, fica claro a queda na produção em países europeus como a Espanha e Itália. Ao mesmo tempo que se evidencia a forte queda na produção dos EUA e o crescimento do Brasil, que manteve-se em ascensão até 2013. A tabela abaixo trata da produção de cimento e não do consumo para o produto, o que pode parecer estranho. Na verdade, em função do peso insignificante do comércio internacional em relação à produção global.
Para o Brasil, as previsões para 2014 e 2015 é de uma estagnação ou mesmo de uma pequena retração no consumo de cimento e na outra ponta, uma considerável ampliação na capacidade instalada do país, que sairá dos atuais 82 milhões de toneladas de cimento para números próximos a 117 milhões de toneladas nos próximos anos.
PRODUÇÃO DE CIMENTO DO MUNDO 2013 |
|||||
Ranking 2005 |
Ranking 2013 |
País / Região |
Milhões Toneladas 2005 |
Milhões Toneladas 2013
|
Evolução em % |
1º |
1º |
China |
1.038 |
2.300 |
122% |
2º |
2º |
Índia |
217 |
280 |
29% |
3º |
3º |
Estados Unidos |
100 |
77,8 |
-22% |
5º |
4º |
Irã |
65 |
75 |
15% |
13º |
5º |
Brasil |
36 |
70 |
94% |
10º |
6º |
Peru |
42 |
70 |
67% |
8º |
7º |
Rússia |
48 |
65 |
35% |
17º |
8º |
Vietnã |
29 |
65 |
124% |
4º |
9º |
Japão |
69 |
53 |
-23% |
18º |
10º |
Arábia Saudita |
26 |
50 |
92% |
6º |
11º |
Coréia do Sul |
51 |
49 |
-4% |
16º |
12º |
Egito |
29 |
46 |
59% |
14º |
13º |
México |
36 |
36 |
0% |
12º |
14º |
Indonésia |
37 |
58 |
57% |
11º |
15º |
Tailândia |
37 |
35 |
-5% |
15º |
16º |
Alemanha |
30 |
34 |
13% |
21º |
17º |
Paquistão |
18 |
32 |
78% |
9º |
18º |
Itália |
46 |
29 |
-37% |
7º |
19º |
Espanha |
50 |
20,7 |
-59% |
Outros países |
306 |
597 |
95% |
||
Produção Total Mundo |
2.310 |
4.043 |
73% |