COMO RESOLVER RACHADURA EM PAREDE

Trincas e fissurasENTENDENDO AS TRINCAS E AS FISSURAS

As trincas ou fissuras podem surgir em qualquer momento da obra ou vida útil do imóvel, tornando-se a patologia mais comum na casa dos brasileiros. Muitas vezes são causadas por motivos simples e de fácil resolução, porém algumas delas podem indicar sérios riscos à edificação e a todos que vivem nela

Em uma analogia simples, podemos afirmar que trincas e fissuras são a “febre” de nosso corpo quando estamos doentes, ou seja, ela é um sintoma que algo está errado em nossa casa. Identificar os tipos, tamanhos e causas, é essencial para garantirmos a segurança e providenciarmos o correto reparo.

De modo geral, as fissuras ocorrem quando as tensões suportadas pelo material utilizado são inferiores às deformações solicitadas pelos mesmos. A liberação desta tensão ocasiona no alívio do sistema, caracterizando a fissura como a conhecemos. Elas podem ocorrer devido à dilatação/retração térmica, estruturas mal projetadas ou em sobrecarga, recalques de apoio, uso incorreto do material, retração do cimento, por motivos químicos (ataque por sulfatos, por exemplo) entre outros.

Também encontramos causas externas ao imóvel, como obras adjacentes em fase de construção ou reforma, execução de pavimentação de uma rua próxima, onde há presença e trepidação de máquinas pesadas, alteração do fluxo de veículos em ruas paralelas, etc.

Classificação das trincas e fissuras

De acordo com a norma NBR 9573:2003, podemos classificar como microfissuras as aberturas inferiores a 0,05mm. Como fissuras, as aberturas inferiores a 0,5mm e ainda como trincas para aberturas de até 1mm.

As trincas e fissuras também podem ser catalogadas como geométricas ou mapeadas de acordo com a semelhança ao desenho que formam. Um bom exemplo da primeira é quando a fissura acompanha o bloco cerâmico. Já a mapeada pode ser fruto da retração da argamassa com muitos finos ou ainda com excesso de cimento, tornando o reboco muito rígido.

Ainda podemos chamá-las de passivas quando estão estacionárias, ou seja, não variam conforme o passar do tempo ou ativas quando sofrendo variações ao longo do tempo. Uma fissura ativa se torna grave quando sua abertura e comprimento estão continuamente crescentes, podendo ser indicativo que algo está errado necessitando de uma melhor analise e intervenção.

O tratamento da fissura engloba várias fases e difere uma das outras de acordo com a sua causa e classificação.  Um tratamento comum para fissuras mapeadas é a aplicação de tintas e selantes flexíveis, capazes de absorver a abertura causada pelas tensões na parede. Já em casos onde a fissura é motivada por movimentos estruturais, o tratamento acaba se tornando mais complexo. Neste caso, a correção passa por diversas etapas e necessitam de estudos detalhados, um exemplo de solução é: aumento proposital da trinca com um disco de corte, limpeza, preenchimento com selante e aplicação de impermeabilizante em uma faixa de 20 a 30cm, tendo a fissura como o centro; Por fim é estudado acrescentar uma tela de poliéster também de 20 a 30cm sobre o impermeabilizante.

Todo o tratamento pode demorar dias ou semanas de acordo com o tempo de secagem e cura dos produtos aplicados. É importante citar que a causa deve ser tratada antes da correção de certas fissuras. É comum encontrarmos um reparo que volta a abrir por não ter sanado as movimentações das fundações, por exemplo.

Quando ocorrem, parte destas tem causa estrutural e a ocorrência pode estar sinalizando que um pilar ou viga está na iminência da ruptura. Porém, até uma “simples e inofensiva” fissura negligenciada pode mais tarde resultar em um desplacamento de reboco ou cerâmica, causando danos às pessoas que ali circulam.

É essencial a contratação de um técnico para avaliar a gravidade destas trincas ou fissuras quando aparecem. Entretanto, o correto é a contratação deste profissional durante o projeto, antes mesmo de a obra começar, a fim de mitigar as causas prováveis do surgimento destas patologias, sendo que nesta fase são calculados e identificados os locais de acúmulo de tensões, onde deverão ser executadas as juntas de movimentação.

*Escrito pelo engenheiro Bruno Alexandre Mainardi Noal, do Desenvolvimento Técnico – TAC Sul, Centro Técnico de Curitiba, da Votorantim Cimentos.

Quando a estrutura pode ser considerada completamente comprometida?

Esse veredito deve ser dado, claro, por um profissional. Portanto, no primeiro sinal de rachaduras, procure um especialista para avaliar a situação.

“Para considerar a estrutura completamente comprometida, a mesma ter sua estabilidade/segurança comprometida. Cabendo ressaltar que sempre as falhas/anomalias  deverão ser analisadas por profissional capacitado e habilitado que poderá atestar a real condição da alvenaria”, ressalta Berezovsky.

 COMO TIRAR TRINCA DE PAREDE

Conheça os procedimentos adotados por construtora para resolver esse problema de forma assertiva

Um dos problemas mais comuns que ocorre nas estruturas tanto de prédios quanto de casas é o aparecimento de fissura ou trincaPor isso, é preciso pensar em como tirar trinca ou qual a melhor forma de fazer isso.

“A trinca na parede pode ocorrer por fatores térmicos. Por exemplo, quando acontece uma movimentação natural, que predomina de acordo com a temperatura ambiente, quando está muito quente ou muito frio. Fissura, a gente entende que é quando há um problema de fundação ou até mesmo um problema de alvenaria. Algumas vezes, a junta é muito larga, quando não há um alinhamento entre a alvenaria e a estrutura, e logo a gente identifica”, explica Thyago Libório de Paula, engenheiro da Queiroz Silveira.

 Loft Construtora realiza um tratamento de modo que a fissura fique flexível por dentro e por fora fique mais rígida, e que ela não apareça. Confira o passo a passo aplicado pela construtora e explicado pelo engenheiro Rodrigo Silva:

  1. O primeiro passo é marcar onde está a fissura e fazer a abertura da mesma. “Eu a aumento nas duas extremidades porque essa fissura tende a se estender, e eu já vou tratar de modo a prevenir caso ela venha a aumentar de tamanho”, explica Silva;
  2. Após aumentá-la, é preciso retirar a camada de massa corrida, pintura, acabamento final e deixar apenas o reboco;
  3. A primeira aplicação a ser feita é de um primer. É preciso aplicar o primer para deixar o reboco menos pulverulento e selar os poros para garantir que a próxima etapa ocorrerá de forma coesa;
  4. Logo após aplicar o primer, deve-se aplicar o selante acrílico. É importante esperá-lo secar por 24h. “Após a secagem desse selante acrílico, ele murcha um pouco”, ressalta o engenheiro da Loft Construtora;
  5. Deve-se aplicar novamente o selante acrílico – sendo a última aplicação – e aguardar 6h para sua secagem;
  6. Depois da aplicação do selante pela segunda vez e de sua secagem, é preciso aplicar um impermeabilizante acrílico diluído em água – o valor da diluição depende do fabricante. Sua secagem ocorre em 6h;
  7. O próximo passo é colocar uma tela no meio dessa fissura com um impermeabilizante acrílico. Para a secagem dessa segunda etapa também é preciso aguardar 6h. “Tudo que nós utilizamos é à base de resinas acrílicas porque eu quero transformar a parte que vai ficar atrás do meu acabamento final em uma parte mais flexível, para a fissura trabalhar lá e não aparecer do lado de fora”, explica Silva;
  8. Depois, deve ser aplicada uma última demão de impermeabilizante acrílico já com uma tela estruturante, que tem a finalidade de segurar esse trabalho da fissura e não aparecer nesse acabamento final;
  9. Para dar o acabamento, é preciso aplicar uma massa acrílica, que é um pouco mais flexível, aguardar 24h, e depois realizar a pintura.

Entender as causas das fissuras é essencial para garantir que a patologia não se transforme em trincas.

Postado em:
2 fev 2020 às 18:24hs
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