A Buzzi Cimentos finalizou a aquisição dos 50% restantes da participação na Companhia Nacional de Cimentos (CNC) da Brennand Cimentos, garantindo o controle total sobre a joint venture. O negócio, avaliado em US$ 311 milhões, foi aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
A Buzzi SpA, anteriormente conhecida como Buzzi Unicem, conclui a aquisição de 50% das ações da Brennand na Companhia Nacional de Cimentos (CNC), passando a controlar 100% da operação. A transação foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e marca um passo importante na estratégia de expansão da Buzzi no Brasil. A italiana Buzzi entrou no mercado brasileiro em 2018, quando adquiriu 50% das operações da Brennand Cimentos, proprietária da marca Cimento Nacional. Na época a aquisição envolveu as duas plantas do grupo pernambucano: uma em Pitimbu (PB) e a outra em Sete Lagoas (MG).
O mercado cimenteiro brasileiro tem enfrentado dificuldades desde o pico das vendas em 2014, quando o país registrou quase 72 milhões de toneladas de cimento comercializadas. A partir de então, a produção e as vendas têm experimentado uma queda contínua, impulsionada pela crise econômica e pela desaceleração do setor de construção. Em 2023, o consumo de cimento totalizou 62,2 milhões de toneladas, o que representa uma retração de 0,9% em relação ao ano anterior, ou seja, 558 mil toneladas a menos.
Até então, no triênio 2019-2021, mesmo com a pandemia, o setor registrava crescimentos de 3,5% em 2019. Crescendo 10,6% em 2020 e 6,5% em 2021, tendo recuperado 11,6 milhões de toneladas das 19,8 milhões perdidas no período 2015-2018. O resultado negativo em 2023, com 10,5 milhões de toneladas menor que o recorde histórico em 2014, empurra a ociosidade do setor para 33%.
Esse cenário tem levado players nacionais a buscarem apoio de grandes grupos multinacionais. Como aconteceu com a cearense Cimento Apodi, que vendeu 50% de suas ações para o grupo grego Titan Cement. Em 2017, a portuguesa Secil adquiriu a Supremo Cimentos. E agora, com a aquisição de 100% da Brennand Cimentos pela Buzzi, tornando o mercado cimenteiro brasileiro cada vez mais concentrado.
Analistas ressaltam que a recuperação da demanda, juntamente com o crescimento do setor da construção civil, será crucial para a solidez dos players nacionais. A previsão para 2024 aponta para um crescimento de 3,7%. No entanto, caso os desafios persistam, o mercado provavelmente continuará a se reconfigurar. Nesse cenário, novas fusões e aquisições, algumas já em andamento, ainda devem ocorrer. Contudo, se o consumo de cimento mantiver sua trajetória de crescimento em 2025, isso poderá proporcionar um alívio ao setor, interrompendo, assim, a tendência de concentração de mercado.