Nova Fábrica de Cimento em Mossoró: Entre Anúncios e expectativas…

Em um encontro marcado por anúncios animadores e uma atmosfera de boas expectativas, a ABG Mineração, mesmo antes de aportar em solo potiguar, já está traçando planos ambiciosos para expandir suas operações no Rio Grande do Norte, em uma colaboração estratégica com o governo estadual. Jairo Abud, o representante da empresa, sentou-se com a Governadora Fátima Bezerra no início de agosto, dando início a um diálogo que promete redefinir o panorama industrial da região.

A sintonia fina entre a ABG Mineração e os projetos visionários do Estado do RN é notável. Um exemplo desse alinhamento é o seu envolvimento no promissor Porto-Indústria Verde, situado no Litoral Norte, um empreendimento de notável envergadura voltado para a geração de energia eólica marítima e a produção de hidrogênio verde, recursos que moldam o futuro energético do país.

A Governadora Fátima Bezerra recebendo representantes da ABG e Cementos La Unión.

Aproveitando Sinergias

No entanto, o que mais chama a atenção é a visão inovadora da empresa, refletida na proposta de estabelecer uma unidade de produção de calcário agrícola e adubos, concebida para operar em conjunto com a já anunciada fábrica de cimento em Mossoró. Essa sinergia intrincada não só demonstra o comprometimento da empresa com o desenvolvimento sustentável da região, mas também sugere uma abordagem holística, onde diferentes setores industriais podem coexistir e se fortalecer mutuamente.

Contudo, a história prévia não pode ser ignorada. A região já se viu diante de anúncios empolgantes que não se concretizaram. Desde os primórdios de 2010, quando a ABG Mineração, também com a cimenteira La Unión, cogitavam estabelecer essa planta cimenteira no Porto de Suape, em Pernambuco, até os primeiros alardes da fábrica de Mossoró em 2021, o caminho foi marcado por reviravoltas e, até por promessas não cumpridas. Essa montanha-russa de expectativas gera, compreensivelmente, uma dose de ceticismo.

A primeira promessa para Mossoró

Em maio de 2021 o ex-vice-governador do RN, Antenor Roberto, conhecendo o projeto.

No auge de 2021, na presença do então vice-governador do RN, os representantes das empresas proclamaram o início da construção da unidade com capacidade instalada de 10 milhões de toneladas de cimento por ano, previsto para março de 2023. Essa promessa, entretanto, escapou à materialização. Agora, a nova aposta é que as obras se iniciem somente em 2024.

O otimismo que permeia as conversações entre a ABG Mineração, o grupo espanhol Cementos La Unión — principal sócio da empreitada — e o próprio governo reflete-se em um investimento robusto de R$ 1,5 bilhão. Isso sinaliza uma crença sólida no potencial da região, amparada pelos incentivos generosos do Programa de Estímulo ao Desenvolvimento Industrial do RN (PROEDI). Tal otimismo também encontra fundamentos sólidos na riqueza local de recursos como calcário e argila, componentes essenciais para a produção tanto de cimento quanto do calcário agrícola.

A geração de empregos, sem dúvida, é uma promessa que não passa despercebida. O projeto propõe a criação de 800 a 1.000 empregos durante a fase inicial de construção, além de 350 postos diretos e 1.200 indiretos quando a fábrica estiver em operação plena. Esse influxo de oportunidades, se realizado, representará um avanço substancial para a economia local.

A concretização desse projeto não só se harmoniza com os esforços do estado em capitalizar as oportunidades emergentes, como também evoca uma mistura intrigante de esperança e cautela tanto na população local quanto no setor cimenteiro. A pergunta que paira é se, desta vez, os anúncios reverberarão em uma realidade tangível. O futuro dessa nova fábrica de cimento é tão incerto quanto promissor, mas, sem dúvida, carrega consigo a promessa de redefinir a paisagem industrial e econômica do Rio Grande do Norte.

Postado em:
5 ago 2023 às 10:09hs
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